Google Drive é um retrocesso na visão do próprio Google

Se você acompanha o Google há bastante tempo, deve lembrar o marketing invejável que a empresa possuia em seus primeiros anos, algo tão grandioso que fazia seus utilizadores a imaginarem produtos fictícios e que poderiam dar a criação de Larry Page e Sergey Brin ainda mais ferramentas para a conquista do mundo.

E foi assim que precederam muitos dos lançamentos como o Gmail, Android (quem não lembra do Google Phone?), Google Chrome (o aguardado Google Browser!), Chrome OS (discutido muitas vezes como um terminal gigantesco) e muitos outros produtos chegavam com grande expectativa dos entusiastas da tecnologia.


A empresa também entrou na brincadeira, nos anos de 2004 e 2008, ao levar ao público algumas ideias fantasiosas para o Dia da Mentira, permitindo extrapolar sua realidade e trazer anuncios de grande repercussão como a criação de uma Base Lunar e um empreendimento extraterrestre em Marte, pela Virgle, uma empresa que teria a parceira da Virgin.

No entanto, um produto nunca chegou a realmente ganhar sua existência, mesmo com todo o buzz feito pelos usuários e ex-funcionários que frequentemente declaravam que seu desenvolvimente realmente ocorreu nos bastidores. Este produto é o Google Drive, um aguardado local com armazenamento ilimitado onde seria possível guardar todos os seus arquivos online.

Conhecido internamente com o codenome de Google Playtipus ou Google Web Drive, o produto ganhou uma série de versões, aparições e muitos rumores de que estava sempre chegando na “boca do gol” para seu lançamento. No entanto, em 2007, um vídeo musical no YouTube dizia que o projeto havia sido cancelado após ser desenvolvido por 5 anos.


  E isso realmente aconteceu, segundo o o livro In the Plex, do escritor Steven Levy. A decisão de não liberar o serviço veio de Sundar Pichai, hoje responsável pelo desenvolvimento do Google Chrome. Para o executivo, o GDrive não estava em linha com as estratégias de computação em nuvem do Google.

“Nós não precisamos do GDrive”, disse Pichai em uma reunião com o líder de desenvolvimento do produto, Bradley Horowitz. “Arquivos são tão 1990. Acredito que não precisaremos mais de arquivos”, afirmou. Com o desligamento do GDrive, a equipe de desenvolvimento teria sido direcionada totalmente para o projeto do Google Chrome.

E o que teria feito o Google voltar atrás? Provavelmente a necessidade de tornar o Google Docs mais dinâmico já que seu modelo atual não oferece qualquer facilidade, principalmente ao usuário padrão, para que este possa ter algum plano ou vontade de migrar seus arquivos para nuvem e restaurar em outros dispositivos.

Esses usuários muitas vezes recorrem a ferramentas específicas como o iCloud, Dropbox, Box.Net e soluções de backup automático como o Mozy. Isso inevitalmente prejudica a imagem dos produtos conectados a nuvem do Google já que os mesmos passam a ter funções inferiores e muitas vezes nada amigável, algo que não é comum na história da companhia.

Se o Google Drive realmente ganhar vida vida no próximo dia 24 de Abril, como revelou o blog The Next Web, o produto será uma reviravolta nos conceitos e visão que a empresa procurava estabelecer para a Internet e a existência dos arquivos. Por outro lado, se vimos o Chrome OS – nascido simplesmente para a web – ganhar desktop e papel de parede nas últimas semanas, difícil seria sustentar um ideal neste tempo de mudanças.



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