Somos Consumistas?


Planalto obriga BB e Caixa a cortarem juros para estimular o consumo
     Depois de um pedido formal e de um pito público da presidente Dilma Rousseff para que os bancos reduzam as taxas de juros com o intuito de ajudar o governo a estimular o consumo e os investimentos produtivos, o Palácio do Planalto decidiu intervir no mercado de crédito. Ontem, por determinação explícita da presidente, o Banco do Brasil anunciou redução de taxas em várias linhas de empréstimos e financiamento, medida que será reforçada na próxima semana pela Caixa Econômica Federal.
     O objetivo é forçar as instituições privadas a também reduzirem os encargos cobrados de consumidores e empresas, sob o risco de perderam participação nos negócios. Esse movimento, segundo assessores de Dilma, é mais uma etapa do pacote anunciado na terça-feira para garantir avanço de pelo menos 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Com juros menores, acredita o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as famílias terão condições de encaixar novas prestações no orçamento. O alto endividamento dos lares é um dos principais entraves para uma recuperação mais rápida e forte da atividade.

Matéria do Correio Braziliense de Vânia Cristino  -  05/04/2012


Opinião:

     Se não somos consumistas, ou pelo menos não tanto quando querem que sejamos, está é uma boa chance de nos tornarmos e de quebra aumentarmos nosso endividamento.
     Será que esta medida por si só conseguirá aquecer nossa economia? Creio ser muito pesada esta responsabilidade que está sendo jogada em nossos ombros, ou melhor, em nossos bolsos. Não sou nenhum grande entendedor de Macro economia, porém, acompanho colunistas e entendidos no assunto e o que percebi é que estão sendo tomadas medidas que em longo prazo podem comprometer nossa economia. Veja o caso do aumento de IPI dos carros importados, com a desculpa de proteger os empregos dos metalúrgicos brasileiros, porém, a taxação foi de encontro diretamente com as montadoras coreanas e chinesas que de longe são as mais modernas e eficientes e assim conseguem preços atrativos. Para se ter uma ideia do tamanho desta taxação podemos tomar por base que os veículos importados custavam em média 2,2 vezes o valor do que valem ao embarcar em seu país de origem, isto utilizando a proteção garantida pelo imposto de importação de 30%, que já era o teto permitido pela OMC, com o novo aumento do IPI este valor passou a ser de 2,82 vezes, a curto prazo isso pode proteger os empregos dos nosso trabalhadores, de um segmento específico, mas não seria melhor pensar a longo prazo e ao invés de penalizar as montadoras que conseguem oferecer veículos a preços competitivos tentar desonerar as montadoras instaladas aqui? Será que não seria mais viável investir em infraestrutura para evitar o gasto excessivo com transporte? Bem na minha humilde opinião nestas medidas o maior prejudicado foi o cidadão, que perdeu uma concorrência que certamente seria salutar para o nosso bolso e, como se isso não fosse o bastante, ganhamos agora um incentivo ao endividamento, não me entenda mal, sou a favor da queda de juros mas não com essa mascara que chega a ser quase uma chantagem de que os juros baixaram para aumentarmos nosso consumo, pois mesmo com esta baixa os juros praticados no Brasil são gananciosos um verdadeiro abuso!!!


Reuber L. Silva

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