SÃO PAULO - Em cada fase da vida, as pessoas enfrentam
dificuldades diferentes. Ao passar da juventude para a fase adulta,
sobretudo quando se deixa a casa
dos pais para se aventurar em uma vida a dois, como cuidar do bolso?
Você sabe quais são os principais erros, em termos de finanças
pessoais, que as famílias recém-formadas cometem?
Em
primeiro lugar, os grandes erros decorrem da falta de experiências, pois
agora esses jovens começam a lidar com contas e gastos que antes não
precisavam se preocupar. Contas de água, luz, telefone, condomínio, IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a
Propriedade de Veículos
Automotores) e aluguel requerem um bom planejamento financeiro, para
que as receitas se equilibrem com as despesas.
Planejamento
financeiro
Esse é justamente o ponto que provoca os
problemas. Como não estavam acostumadas a lidar com essas contas, as
famílias recém-formadas não fazem um orçamento e não se certificam de
que tudo que entra será capaz de arcar com tudo que sai. E essas contas
novas normalmente não são tão pequenas.
De acordo com o
professor de finanças
do Ibmec/RJ, Nelson de Sousa, esse planejamento
financeiro é muito importante para as famílias jovens, pois evita
que elas entrem em dívidas, como empréstimos e cheque especial. “Se elas
começam a entrar em dívidas, vão acabar trabalhando boa parte do ano
para pagar os encargos financeiros”, explica o professor.
Mas,
mesmo que se proponham a sentar e elaborar um plano financeiro, a falta
de prática e experiência em estimar os custos que terão no final do mês
normalmente leva a problemas financeiros. A dica dos especialistas é
começar o quanto antes uma poupança ou ainda deixar uma margem de
manobra no orçamento para lidar com as despesas que não foram estimadas.
Saindo
de casa
Para o economista Edmilson Costa, os jovens também
pecam quando não conseguem se desligar completamente – financeiramente -
dos pais. Principalmente com os serviços menores, como lavanderia e,
quando têm um filho, a creche. “É importante não alimentar essa
dependência da casa dos pais, pois é uma forma de compensar alguns
custos que você teria com sua nova família, mas que não permite a
liberdade e o aprendizado que o jovem precisa”, diz Costa.
O
economista acredita que as duas principais questões que comprometem as
finanças de um casal recém-formado são a já mencionada falta de
maturidade para elaborar um planejamento financeiro – isso quando
elaboram um – e também o descompasso entre a renda e o padrão de vida.
Nesse
último ponto, o economista explica que a renda de casais jovens ainda é
muito baixa, comparativamente com todas as despesas que precisam arcar.
Além disso, os gastos característicos dos jovens, como baladas e
viagens, vão pouco a pouco fazendo com que a família recém-formada
afunde em dívidas.
Poupança
“Quando você junta
duas pessoas que não sabem mensurar muito bem os gastos e ainda desejam
sair e viajar muito, pois querem aproveitar enquanto não tem filhos, a
conta não vai fechar”, diz Costa. Outro elemento que prejudica as finanças
é o fato de não considerar a insegurança
em relação ao emprego, ou seja, não se preparar em caso de perda de
emprego, que pode acontecer a qualquer momento, seja por conta de uma
crise financeira no mundo, seja por conta da própria competitividade no
mercado de trabalho.
Uma solução para essa questão é a poupança
compulsória. Estimar o custo de uma família é bem complicado, “você só
sabe quanto custa uma família e um filho quando tem uma”, diz Nelson.
Apesar disso, é possível se preparar. No caso da poupança compulsória, o
casa pede ao banco que retire automaticamente um valor determinado da
conta bancária, com o objetivo de poupá-lo.
“Nós raciocinamos
muito melhor quanto temos despesas, ou seja, quando sabemos que um valor
vai sair da nossa conta”, analisa o economista. Na prática, é melhor
você ter um destino definido para aquele dinheiro que sobra do que não
saber o que fazer com ele. Nesse caso, ele provavelmente vai sumir - via
gastos desnecessários.
Quem vai pagar o quê?
Para
o diretor da Mais Ativos Educação Financeira, Álvaro Modernell, os
jovens também erram quando não deixam as questões financeiras bem
claras, ao formar uma família. “O casamento normalmente acontece em um
momento de grande envolvimento emocional, e os aspectos práticos da
relação não são discutidos”, analisa o educador.
Esses aspectos
práticos são questões como: quem vai pagar o aluguel? Quem vai pagar
essa ou aquela conta? Com quanto cada um vai contribuir para as despesas
domésticas? O que faremos se um dos dois ficar devendo?
As
pessoas entram nos relacionamentos com bagagens diferentes, com
patrimônios diferentes, com interesses diferentes, explica o educador,
ressaltando que, se não deixaram bem claras as questão relacionadas ao
dinheiro, além de terem problemas com as finanças, isso ainda pode
provocar um grande desgaste no casal.
Em caso de divórcio, por
exemplo, a maior parte do desgaste é por questão de patrimônio. “Se as
regras forem estabelecidas antecipadamente, o desgaste desaparece”, diz
Modernell. Isso, inclusive, pode evitar um divórcio. Para dividir as
despesas da casa, a sugestão é que a contribuição de cada um seja
proporcional à sua renda.
O educador também sugere aos jovens
casados a manutenção de três contas bancárias. Uma em conjunto, onde
serão feitos os depósitos e as retiradas, visando aos gastos em comum, e
mais duas particulares, uma para cada um.
Se a mulher quer gastar
mais ou o homem quer comprar produtos que a esposa não acha graça
nenhuma, eles podem fazer isso com o dinheiro particular. Mesmo porque,
para um casamento saudável, seria bom não ter de dar satisfação de todos
os gastos individuais.
Fonte:
http://www.infomoney.com.br/financas-familia/noticia/2379246-veja+quais+sao+maiores+erros+financeiros+que+jovens+casais+cometem
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