O sabor da cidadania



 Parece que a sociedade, como um todo, provou o sabor da cidadania e não parece estar disposta a abrir mão disso. Apesar de algumas pessoas tentarem reduzir esta belíssima demonstração de luta por um país melhor e mais justo. O que percebi em tais manifestações foi um sentimento de união, de amor à pátria, sentimento que a muito estava perdido e agora volta à tona com uma força nunca antes vista.
Os gritos de “sem partido” a principio me causaram certo temor, afinal uma democracia é feita de partidos, de ideias diferentes e esta pluralidade faz com que todos sejam representados. Mas depois entendi melhor o que esse grito tenta exprimir até por que me peguei dando o mesmo grito, e percebi que o “NÃO” é para os partidos e políticos como conhecemos hoje, um sistema que mantém a politicagem acima da política.
Quanto aos atos de vandalismo que aconteceram, mancham sim o movimento, mas não o maculam ou tiram a sua legitimidade. E quando falo de vandalismo é o vandalismo contra o bem privado e o bem público. Ouvi um jovem gritar, “vamos quebrar tudo por que é tudo nosso”, quero esclarecer que não é tudo nosso, o que é privado tem seu dono e o que é publico isso sim é nosso, porém, o fato de ser nosso implica que não é só meu ou apenas de outro, é exatamente nosso e como tal não temos direito de destruir. Foi observado também a tentativa de invasão de palácios, prefeituras, congresso e demais casas semelhantes, é compreensiva, afinal, em qual revolta ou revolução popular não teve este mesmo tipo de alvo, pois em última análise a luta é contra o desrespeito com a sociedade que parte de lá.
O pronunciamento da presidente Dilma jogou parte da “batata” para o congresso, e de fato uma grande parcela da conta é do congresso.  Mas também passa pelo executivo, afinal trazer médicos de fora não vai ajudar a ter equipamentos nos hospitais, não vai fazer surgir prédios para a instalação de unidades de saúde no interior do Brasil nem muito menos dar condições dignas de trabalho aos médicos que temos. O problema não é a falta de médio, mas sim a fuga dos mesmos do sistema público de saúde para o privado. Achei uma covardia a presidente Dilma tentar jogar a culpa do caos na saúde nos médicos brasileiros.

Reuber L. Silva

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