Hoje, meu amigo se foi...

Hoje precisei fazer um texto as pressas. Enquanto estava trabalhando recebi uma notícia muito triste de minha esposa: “Amor, o Chaves morreu”. Resolvo abrir a internet pra saber por algum portal famoso de notícias porque não acreditava, mas aí, no site da Globo, leio: “Morre aos 85 anos Roberto Bolaños, o Chaves”.
O maior ícone do humor mundial em 4 gerações. Fiquei surpreendido com sua notícia, até pensei que era brincadeira, já que a internet “matou” Chespirito várias vezes, mas por algum motivo no dia de hoje, senti algo diferente, senti que alguém realmente havia partido e deixado meu coração no mesmo estado.
Lembro-me quando ainda era criança quando ouvi um som estranho, como se fosse de latido de vários cães raivosos, fui até a sala vi meu pai rindo, perguntei a ele do que se tratava e ele disse que era um “programa de risadas que até minha avó assistiu”, resolvi parar para ver e depois entendi que os “latidos” eram na verdade sons de risadas feitas em Studio. Então conheci esse mundo de Chespirito e pude ter o prazer de acompanhar todas suas sagas humorísticas.
Com o tempo, muitas pessoas perdem o prazer de assistir algumas coisas na televisão, mas mesmo depois de grande e quando não tinha internet, ficava com muita raiva quando o SBT não funcionava na minha televisão, pois às 18h00min (quando eu chegava do trabalho) eu poderia fazer o mesmo que eu fazia quando eu chegava da escola há uns anos atrás. Quando passei a ter internet eu podia te assistir a hora que eu queria, como ainda faço com frequência e às vezes até durmo ouvindo aqueles “latidos”.
Você pode até achar estranho, eu, um homem que nunca te viu pessoalmente ficar triste com sua partida, agora pense comigo: É bem diferente você ter um ícone e conhece-lo quando ele já se foi, você até se conforma e fica somente com seu legado, mas e quando seu ícone ainda está vivo? Quer dizer que sou obrigado agora a ficar somente com seu legado? Sim, infelizmente devo ficar assim...
Agora não terei mais meu amigo órfão que brincava comigo durante a tarde e quando eu o solicitava se transformava no melhor Super-Herói, um herói que nem a Marvel conseguiu criar e, não foi por falta de criatividade não meu amigo, na verdade você não precisava sequer de nenhum poder para ajudar o próximo, somente sua presença de herói já era o suficiente para encher o coração de alguém com coragem e por isso, mesmo sendo “sem querer querendo” conseguíamos vencer todos os problemas. Inclusive era com isso que você vencia sua fome, sua sede, sua falta de família, mesmo que nosso vizinho Madruga o acolhesse como filho, você ainda sentia falta de uma família do seu lado e era isso, que eu tentava fazer com que você esquecesse todas as tardes quando eu gargalhava e brincava com você. Esses tempos não vão voltar, vai ficar na minha memória todos os dias que nos juntava eu (o burro vem na frente) você, Chiquinha, Quico, Pópis, Godines, Nhonho e a Pati, essa no qual você era apaixonado. Mas eu sabia que no fundo você gostava de verdade era da Chiquinha, só que você não teve tempo pra me dizer isso.
Saiba que você ainda estará aqui comigo, sempre e também com meus filhos e netos.
Adeus meu amigo, aqui ficam minhas lágrimas e meu agradecimento.
Adeus, Roberto Bolaños.

Adeus Chavinho, meu amigo.

Tiberium

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