Mais um dia comum no Entorno de Brasília

Nessa quinta, dia 11/12/2014, vi uma cena lamentável na ida para o trabalho. Um cobrador de uma Van jogou um objeto, não identificado por mim, dentro do ônibus, acertando o motorista e quebrando os vidros.

Tudo começou quando entrei no ônibus laranjinha, no distrito do Jardim do Ingá, e vi um motorista, todo enfurecido, conversando com sua colega cobradora. Quando o mesmo faz a curva próxima a BR-040, vejo uma Van, daquelas caindo aos pedaços, o ultrapassando na contramão e jogando um objeto no motorista (não vi qual objeto era). Fomos obrigados a retornar para avisar aos policias que estavam de plantão no ponto de taxi do distrito para que os mesmos procurassem os sujeitos e aplicassem a lei, já que nós passageiros e colaboradores da empresa de ônibus foram prejudicados e adivinhe o que aconteceu? “Tchan, Tchan, Tchan, Tchan”... Nada... Simplesmente fomos obrigados a voltar para a garagem e subirmos em outro ônibus.
Sei que essa publicação vai dar para a minha cabeça, mas preciso me expressar abertamente com todos.

Cansei de ouvir dos motoristas e cobradores das Vans que policiais da região do entorno são donos de muitas delas, sinceramente eu custei a acreditar em algo assim, mas depois do que aconteceu na quinta eu pude ter certeza disso. Em primeiro lugar quero esclarecer a todos aqui que sempre fui a favor das Vans, se os órgãos competentes não tem capacidade para gerir o transporte público do entorno de Brasília, então que venham as Vans piratas, são elas que salvam minha vida e a vida de muitos do Entorno quando simplesmente, os coletivos, decidem mudar horários de ônibus ou, simplesmente sem aviso para a população, param de rodar algumas linhas cruciais, como as linhas noturnas, que até hoje, espero por um ônibus, que seja caindo aos pedaços, me pegue na parada do gama aos 21h00min. Por isso, sou totalmente grato aos trabalhos dos piratas, se o estado não tem capacidade de fornecer a quantidade razoável de linhas para a população, que os piratas entrem em funcionamento para, pelo menos, garantir a volta para casa de muitos cidadãos do Entorno. Claro que a segurança, garantia em casos de acidentes e outros direitos garantidos para usuários do transporte público não são dados aos piratas, já que os mesmos não contribuem com os (imensos) impostos cobrados pelo governo federal, mas mesmo assim é uma “mão na roda” para quem precisa voltar do trabalho e não tem mais linhas disponíveis para retornar para casa.
Dessa forma me pergunto: Quantos são os pais de família que trabalham com as Vans e quantos são os criminosos, vagabundos?

Agora você me pergunta: E a polícia? Pelo menos saiu de lá para procurar?
Não... Ficamos uns 15 minutos esperando o novo ônibus na garagem, que é pelo menos uns três quilômetros de onde tudo que aconteceu, e quando voltamos, nem do ponto de taxi haviam saído, ainda estavam lá, do jeito estavam quando fomos denunciar o ocorrido.

Sei que nem toda a corporação é assim, mas eu queria saber o motivo de demorarem tanto para ir a uma casa que está sendo assaltada. Sem brincadeira, se você disca 190 no momento em que sua casa é assaltada no entorno, a polícia demora curtos 60 minutos para chegar até sua residência, até lá você já foi roubado, estuprado e quem sabe, morto. Então para que eu pago imposto para manter a segurança? Porque a segurança privada é melhor do que a segurança do estado? Ambos foram treinados para a mesma coisa, porém o serviço de um aparentemente é mais útil do que do outro.
Isso me remete aos dias que morava no bairro do Parque Alvorada I, em Luziânia, quando me ofereceram um serviço privado de segurança domiciliar. O vendedor havia dito que a empresa era regida por um policial da cidade e que minha casa ficaria muito segura por conta disso. O valor era de apenas R$ 15,00 por mês e prometiam segurança 24hrs. Mesmo assim, para não ter que pagar duas vezes por uma coisa só (imposto e privado), recusei a oferta. Sabe o que aconteceu? Minha casa em menos de um mês foi assaltada duas vezes. Será que foi a mando de alguém? Não sou adepto a teorias da conspiração, mas é muito estranho você recusar a uma oferta feita por uma empresa de policiais e depois ser assaltado várias vezes em menos de um mês.

Já notei que todas as vezes que precisei da polícia ao meu favor ela não esteve do meu lado. Quantas vezes em Luziânia minha casa e a dos vizinhos foram assaltadas, pedíamos reforço policial e nenhuma alma – sim queridos – nem os espíritos de ex-policiais estavam lá comigo para me ajudar. Era sempre a mesma coisa, depois que tudo acontecia, vinha anotando em um papel o acontecido, eu assinava, depois ia ao CIOPS, pegava esse boletim de ocorrência e ficava por isso mesmo. Nessa quinta-feira, nem o boletim de ocorrência aqueles policiais tiveram coragem de fazer.
Como confiar na segurança do meu país? Uma pena que uma instituição tão bonita quanto da PM seja tão ridicularizada por culpa de servidores incompetentes. De quem é a culpa agora? Do governo? Da Polícia? Não... A culpa é toda sua.

Vamos ver se daqui quatro anos as pessoas acordam e usem seus dedos para colocar os números corretos na urna, senão vamos voltar a usar nossos dedos, somente para chupá-los e ver o caos que criamos.


Bruno Tibério Santinoni (Tiberium)

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